Apresentação do projeto de restauração Fluminense Football Club

Confira abaixo o filme de apresentação do projeto de restauração Fluminense.


O projeto também foi comentado nos meios de comunicação sendo a principal matéria publicada no jornal Lance! no dia 02 de janeiro de 2006.


Projeto do edifício administrativo do Fluminense Football Club

A construção de um edifício que abrigue as atividades administrativas vem da necessidade de liberar os espaços da sede para a implantação do centro cultural, além de ser importante também na melhoria das atividades do Clube em geral. O Fluminense possui uma área vazia, remanescente da demolição da arquibancada do estádio, em 1961, situada na esquina das ruas Pinheiro Machado e Álvaro Chaves, ao lado da sede. Por ser fruto de demolição, esta área atualmente é indefinida no contexto urbano e o projeto tem como objetivo, valorizar a esquina do Fluminense, harmonizando a malha urbana local.

demolição da arquibancada do estádio em 1961

A edificação possui aspecto moderno, mas é inspirada nos ritmos de fachada e distâncias métricas do edifício da sede. O volume da edificação é definido pelas linhas de afastamento das ruas Pinheiro Machado e Álvaro Chaves, respeitando ainda o gabarito previsto no Código de Obras Municipal de 3 pavimentos. Com o edifício administrativo, o Clube ganhará destaque na rua Pinheiro Machado e passará a ter novamente uma presença marcante no bairro de Laranjeiras. Seu planejamento segue uma arquitetura contemporânea que contrasta de forma harmônica com o estilo art-decó da sede, pois ambas as edificações têm as mesmas proporções métricas.


O edifício possui então 3 pavimentos suspensos sobre pilotis, com planta livre, para maior flexibilidade aos espaços interiores. Nele foi previsto espaço para departamentos esportivos, diretorias, vice-presidência, secretaria, sala de reuniões, processamento de dados, arquivo e sala de marketing.


A área total do edifício é de 1 161,30m². Os planos das fachadas serão feitos de concreto armado e cortina de vidro termo-acústico com inclinação que diminuirá a incidência da luz solar direta e o ruído proveniente do trânsito na rua Pinheiro Machado. Foi previsto elevador de acesso e climatização.


Claro que os custos de construção e manutenção da obra foram considerados. As premissas para a realização da obra eram atender às necessidades do Clube, valorizar seu patrimônio, recompor seus espaços hoje descaracterizados, ter uma identidade própria, considerar e respeitar o patrimônio histórico e as posturas municipais e estaduais, ser realizável, oferecer impacto ambientalmente compatível e inserção positiva no bairro de Laranjeiras. Sempre há limitação e todas estas premissas foram atendidas.

A construção do edifício administrativo trará um acréscimo de área para o Fluminense. A modernização, o investimento em infra-estrutura e o aprimoramento das suas atividades permitem que o Clube reafirme sua posição de elite no esporte nacional.

Projeto de restauração da sede do Fluminense Football Club


A sede do Fluminense, incluindo a parte do estádio, foi fundada em 1919. Projetada em estilo eclético pelo arquiteto Hipólito Pujol, a sede deveria constituir na época, o maior complexo social-esportivo do país, o que de fato aconteceu. Em 1922 foram feitas obras de ampliação para realização dos Jogos Latino-Americanos e o estádio passou a ter capacidade para 20 mil torcedores. Empreendimento majestoso na época. Em 1961, a cidade do Rio de Janeiro havia se expandido e o Fluminense teve parte de seu terreno desapropriado para o alargamento da Rua Pinheiro Machado e isso sacrificou todo o seu patrimônio pela perda de parte da arquibancada do estádio.


O acervo artístico do Fluminense é riquíssimo. Além do patrimônio arquitetônico, o Clube possui valiosas peças de pintura, escultura, troféus, afrescos e vitrais. Apesar do valor inestimável, tudo isso atualmente está muito mal conservado. A intenção do projeto de restauração é de transformar a sede em um centro cultural e transferir a administração do Clube para um prédio anexo que seria construído ao lado da sede, na esquina da Rua Pinheiro Machado com a Rua Álvaro Chaves, objetivando recompor parte do prejuízo causado pela demolição de 1961.




Em outubro de 2000, quando iniciei os trabalhos de levantamento do projeto de restauração, a situação já não era boa. Em 2001 o projeto foi aprovado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural, incluindo a construção do edifício anexo, mas os serviços foram paralisados por falta de recursos. Em 2005 um novo lançamento do projeto foi realizado no sentido de captar os recursos necessários para a realização das obras, mas não houve avanço. Passados 10 anos desde o início do projeto, recentemente o Fluminense fez um novo lançamento de uma reforma na sede do Clube, sinal de que nada deve ter mudado ainda.



O centro cultural deve desenvolver programas técnicos de catalogação e pesquisa de informações esportivas e artísticas, além da realização de atividades de teatro, música e vídeo, cinema, ciclos de palestras, seminários e exposições do acervo histórico. Foi prevista a remodelação do restaurante, uma biblioteca multimídia, um “pub” e uma nova sala de troféus. Tudo em ambiente climatizado e monitorado quanto à segurança. O projeto é baseado na flexibilização dos espaços e numa planta simplificada que facilite os acessos e torne a orientação bem clara.



Sobre o projeto do edifico anexo, previsto para a administração, falarei em outra ocasião. Em toda a sua história o Fluminense sempre realizou atividades ligadas às artes. A década de 1942 a 1952 foi a mais completa do Clube, quando o Fluminense ganhou o Mundial Interclubes. O Fluminense era futebol campeão, mas também centro de artes, de concursos de música, de desfiles de moda e de movimentos sócio-políticos. Hoje o Clube ainda promove atividades culturais com menor intensidade. O teatro foi desativado, mas o salão nobre da sede social possui um excelente espaço para o desenvolvimento de eventos artísticos.


A criação deste centro cultural tricolor possibilitará que o Fluminense seja, mais uma vez, pioneiro entre os clubes brasileiros, tornando-se novamente apto a desenvolver projetos culturais e ao mesmo tempo, manter e divulgar sua história que se confunde com a própria história do Rio de Janeiro. A preservação dessa memória está acima de uma política local: conservar a história do Fluminense é contribuir para a preservação da própria memória brasileira.