Vitrais com garrafa
Em tempos de conscientização ecológica, tenho postado sobre arquitetura alternativa porque aprecio este estilo, acredito na causa e considero que a preservação e a valorização dos recursos naturais do planeta sejam necessárias para a sobrevivência humana e de todas as outras espécies. Com criatividade e um pouco de educação ambiental, podemos construir coisas boas e ainda ajudar o meio ambiente, mostrando soluções alternativas para as pessoas.
Uma destas soluções consiste em utilizar garrafas de vidro para formar vitrais. Como a coleta seletiva de resíduos ainda não está disponível para a maior parte da população, a reutilização continua sendo uma alternativa viável. Uma garrafa que iria para o lixo pode-se tornar material de construção, evitar poluição, transformar-se em um belo vitral e enfeitar uma edificação com criatividade.
As aplicações podem ser das mais diversas sejam em estilos cartesianos ou em formas plásticas livres. As garrafas ou garrafões limpos e vazios são fixados com argamassa. No caso do pau-a-pique a garrafa é posicionada e fixada na trama antes do barreamento. Não há limites para criar!
Residências coloniais urbanas
Ao fazer um passeio de bicicleta até Barra de São João, na Região dos Lagos – RJ, coisa que há anos eu não fazia, percebi mais atentamente os traços da arquitetura colonial que ainda perduram na área urbana. Alguns conjuntos são dignos de cidades históricas como Paraty ou Tiradentes embora nem todos os exemplares estejam devidamente conservados. As residências coloniais são a aplicação de algumas das técnicas construtivas que tenho comentado nas últimas postagens.
Aproveitando antigas tradições urbanísticas de Portugal, as vilas e cidades coloniais apresentavam ruas de aspecto uniforme, com residências construídas sobre o alinhamento da via pública e paredes laterais sobre os limites do terreno. As técnicas construtivas eram geralmente primitivas, com paredes de pau-a-pique, adobe ou taipa de pilão e nas residências mais importantes empregava-se pedra e barro, mais raramente tijolos ou ainda pedra e cal.
O sistema de cobertura, com telhado em duas águas, lançava uma parte da chuva recebida sobre a rua e outra sobre o quintal. A construção sobre os limites laterais garantia a estabilidade e a proteção das empenas. A simplicidade das técnicas denunciam o primitivismo tecnológico da sociedade colonial que era baseada na mão-de-obra escrava.
O sistema de cobertura, com telhado em duas águas, lançava uma parte da chuva recebida sobre a rua e outra sobre o quintal. A construção sobre os limites laterais garantia a estabilidade e a proteção das empenas. A simplicidade das técnicas denunciam o primitivismo tecnológico da sociedade colonial que era baseada na mão-de-obra escrava.
Os principais tipos de habitação eram o sobrado e a casa térrea. Suas diferenças fundamentais consistiam no tipo de piso: assoalho no sobrado e de chão batido na casa térrea. Definiam-se assim, as relações entre os tipos de habitação e os estratos sociais. Habitar um sobrado significava riqueza e habitar casa de chão batido significava pobreza. Os pavimentos térreos dos sobrados não eram utilizados pelos proprietários como área útil da casa e sim como lojas ou acomodação de escravos e animais. No mais as diferenças eram pequenas.
Estruturas geodésicas
Conhecendo um pouco de geometria, podemos entender que geodésica é mais que uma esfera e que ela pode assumir as mais variadas formas com grandes vantagens estruturais. Primeiro pela simetria da estrutura, um equilíbrio perfeito entre forças de tração e compressão garante um vão amplo com eficiência e economia. Segundo pelo aspecto sempre interessante e acolhedor da estrutura. Um domo pode ser construído de diversas maneiras para atender aos mais variados usos, bastando aplicar um pouco de matemática.
Os segredos das estruturas geodésicas estão nos nós e no poliedro que determina a estrutura, pois este definirá o comprimento das hastes. A primeira impressão pode parecer que a cúpula geodésica é formada por triângulos iguais e que eles são sempre agrupados em malhas hexagonais. Mas não é bem isso que acontece. Olhando atentamente podemos perceber que os triângulos não são equiláteros.
Abaixo estão as imagens de alguns nós que já experimentei. Eles devem ser de fácil montagem e ter resistência suficiente para o tipo de solicitação.
Que tal optar por um domo geodésico na hora de construir aquele quiosque, ou aquele viveiro, ou talvez um galpão, um simples brinquedo de criança, uma barraca, uma estufa, uma casa, ou o que mais sua imaginação pensar?
Para isso dediquei alguns estudos sobre geodésica. É sem dúvida uma matéria surpreendente. Os projetos são encantadores e estarei fazendo algumas postagens sobre construções de domos e estruturas geodésicas.
Edificações em terra crua
As denominações pau-a-pique, taipa, adobe e tijolo cru correspondem à variedade das técnicas e das tecnologias ancestrais utilizadas. A terra crua diferencia-se do tijolo porque ele necessita de adição de um grande volume de energia para fabricação. O tijolo suplantou a construção em terra crua em todas as latitudes graças a sua solidez, resistência à intempéries, flexibilidade de aplicação, padronização. A terra crua tem sido desprezada por causa da valorização e do progresso econômico e social, em proveito de materiais mais custosos, mais processados e com aparências mais modernas. Mas é importante e interessante a aplicação e utilização das técnicas tradicionais de construção por questões de economia, aproveitamento de recursos naturais disponíveis, valorização da natureza, menor impacto ambiental e estilo próprio.
Na foto abaixo podemos ver um posto de informações turísticas, no distrito de São Pedro da Serra, construído com tijolos cerâmicos maciços que poderia perfeitamente ter sido feito com tijolos de solo-cimento sem prejuízo estético.
Já nas fotos seguintes, as construções do Instituto de Tecnologia Intuitiva e Bio-Arquitetura – TIBÁ onde se utiliza a tecnologia de terra crua. Elas apresentam grande eficiência climática, são harmoniosas com ambiente ao redor e possuem simplicidade e requinte.
Tecnologia de solo-cimento
A técnica de construção de tijolos com mistura de solo e cimento prensados já está bastante estudada e é viável em regiões onde há fartura de argila, tanto para fabricação própria, utilizando-se prensas manuais, quanto para produção em massa, utilizando-se prensas mecanizadas. Uma massa úmida de cimento e argila é submetida a pressão em fôrmas próprias e depois o tijolo é curado por sete dias em ambiente úmido. Feita a secagem final, o tijolo poderá ser empregado na construção. Os tijolos de solo-cimento além de bonitos, possuem propriedades de conforto térmico e acústico superiores às dos tijolos de cerâmica. Eles também são menos agressivos ao meio ambiente tanto pelo método de fabricação quanto por seus resíduos. São também conhecidos como tijolos ecológicos. Entretanto, são menos resistentes à umidade, necessitando de proteção especial em áreas expostas. Abaixo podemos ver a prensagem de tijolos em prensa mecanizada e um conjunto de construções utilizando estes tijolos.
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